13/04/2018 - 01/06/2018
EAUM, Museu
A EAUM apresenta, desde
o dia 13 de abril, sexta-feira, a exposição “Sombra Eléctrica 0717” de Paulo
Freire de Almeida, que ficará patente no Museu EAUM até 01 de junho.
A série ‘Sombra
Eléctrica” começou por ser uma série de exercícios realizados em 2007 de
observação em torno de processos de desenho tonal. Posteriormente o interesse
pelo processo técnico deu lugar a uma crónica gráfica sobre a paisagem comum e
próxima. Esta exposição reúne desenhos do período entre 2007 e 2017, com
especial atenção para o conjunto de desenhos realizado durante a Licença
Sabática, que ocupou grande parte de 2016.
Paulo Freire de Almeida
é professor de Desenho na Escola de Arquitetura da Universidade do Minho desde
1997, onde se doutorou em 2008. É investigador do Lab2PT. Desenvolve a série
“Sombra Eléctrica” desde 2007, publicando regularmente os seus desenhos no blog sombraelectrica.blogspot.pt .
“São representações de
periferias urbanas e zonas rurais, e pelos títulos, compreendemos que se
concentram sobretudo no concelho de Baião e Resende, Portugal. As zonas rurais
são identificadas fundamentalmente pela representação da sua vegetação,
enquanto as periferias urbanas se relacionam com elementos edificados pelo
homem. São espaços exteriores com casas, ruas, armazéns, muros, estradas,
postes de iluminação, carros, etc., quase sempre enquadrados com vegetação
daninha. A primeira impressão que fica destes ambientes é que as zonas rurais
não estão muito longe das periferias urbanas representadas.
Estas periferias não
têm beleza no motivo. São cruas, resistentes à concordância. Embora sejam
paisagens que reconhecemos como sendo portuguesas e pelas quais já passamos,
não identificam lugares específicos ou especiais. São lugares sem nome, não
fosse o título existir. Contudo, na proximidade ao país, atribuímos-lhes
distância. São imagens de uma zona suburbana com que muitos não se identificam,
mas que representa a maioria do território português. Nesse sentido, este
conjunto de desenhos supera o lugar específico, para abranger, sem juízos de
valor, uma representação mais ampla na visibilidade de território escondido ou
esquecido.”
Cláudia Amandi, Lugares
sem Nome, a propósito de “Sombra Eléctrica, 0717”, FBAUP, Porto, março de 2017.